A crise financeira com a falta de repasse de recursos aos municípios baianos pode mudar o rumo das eleições em 2016. Além de não conseguirem realizar o trabalho nos municípios, os prefeitos enfrentarão poucos recursos para fazerem campanha, além das mudanças causadas pela reforma política. Ao menos três prefeitos já se colocam fora da disputa eleitoral por conta da falta de recursos.
Em Ichu, o prefeito Antônio George (PSC), não tentará a reeleição. “Entrei na prefeitura para tentar mudar a realidade do meu município e apesar de conseguir algumas coisas sinto que não poderei fazer muito. Isso prejudica a credibilidade do prefeito, do município. Essa crise me deixa angustiado e não tenho perspectivas de me reeleger”, revelou. Segundo ele, o município de Ichu vive apenas com o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que não é suficiente para garantir as ações do município. “Se a receita cai, a população diz que o prefeito não está fazendo nada porque está comendo o dinheiro. Então assim fica muito difícil continuar”, lamentou.
O prefeito de Bom Jesus da Serra, Welton Andrade (PSD), também alimenta a dúvida de ir para a reeleição. Para ele, na hora da decisão, não pesará apenas a questão política. “Apesar de termos nos saído bem no processo eleitoral, nos alimenta a vontade de ir para a reeleição, mas ao mesmo tempo ficamos temerosos pela dificuldade de gerir. A receita vem reduzindo e as despesas aumentando. Chega ao ponto da insustentabilidade”, declarou.
Quem também já desistiu da candidatura à reeleição é a prefeita de Jeqiué, Tânia Brito (PP). A gestora apontou que as dificuldades financeiras do município e a pressão da população, fez com que desistisse do pleito em 2016. Contudo, a desistência da pepista passa por irregularidades na gestão e o alto índice de rejeição.
Embora afirmem que a falta de recursos atinja as candidaturas, os gestores ainda lidarão com o descrédito da população diante da crise política. E ainda mais, a reforma política fará com que os postulantes criem manobras para se garantirem no poder. Com pouco dinheiro nos cofres públicos dos municípios, os partidos maiores se beneficiarão do fundo partidário, o que não deverá ocorrer com os nanicos.
Do Portal CS
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