quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tragédia no Itaquerão: Barroquense comenta o acidente que deixou duas vítimas


O Barroquense John Barreto é Auxiliar de Segurança da OAS, ele trabalha próximo ao canteiro de obras do Estádio Itequerão, onde um trágico acidente aconteceu no início de tarde desta quarta-feira (27), matando dois operários.

Contactado por nossa reportagem, ele lamentou a situação, relatou os momentos de tensão após o acidente e disse que segundo informações um problema no solo pode ter provocado o desabamento.

“O que aconteceu hoje foi muito complicado consegui ver toda cena do acidente que nós deixou abalados”, cerca de 20 barroquense trabalham no entorno do estádio, alguns no viaduto outros na via de acesso ao local.


John trabalha na área da segurança do trabalho e juntamente com um técnico da OAS conseguiu conversar com o Técnico de Segurança da Odebrecht empresa responsável pela obra, o técnico teria relatado para ambos que a atividade estava embargada pela segurança do trabalho; “ele nos disse que o solo não estava firme (compactado) por causa da chuva durante esses dias, como a obra continuou então o solo recalcou e o guindaste veio a tombar” disse.

Jonh falou ainda que existam comentários entre os operários, sobre outro incidente que teria ocorrido pela manhã por volta das 08h30min; “teria sido um incidente com movimentação de carga da mesma área quando o operador começou a içar a cinta não resistiu e quebrou mais esse incidente não foi com o mesmo guindaste” disse.


O profissional lembrou que o acidente que vai ficar para historia por acontecer no estádio onde está previsto para acontecer a abertura da Copa do Mundo de Futebol, aconteceu logo no dia do Técnico de Segurança do Trabalho. 

“Muitas vezes nós da área de segurança somos vistos como chatos, falam que a gente atrapalha as obras, mais nos estamos ali pra trabalhar em prol da segurança de todos os colaboradores para que eles trabalhem e voltem bem para suas casas, pois a família os espera, não somos chatos, só queremos o bem de todos” desabafou.

O guindaste que tombou é um dois maiores do Brasil sendo que atualmente existem apenas dois daquele porte. Outro operário teria conversado com o operador do guindaste, ele falou que recusou de fazer a atividade, mais acabou cedendo.


John lembrou um momento de muita emoção; “quando acabou toda correria chamei meu colega para bebe uma água, chegamos ao local e tinha um senhor que é montador, ele olhou para gente e falou chorando; ‘é meus filhos vocês batalha tanto pela segurança da gente mais as vezes não consegue evitar as coisa por causa da imprudência dos que querem ser mais do que Deus. A gente vem de longe tão longe, do nordeste’. Eu e o colega não aguentamos o choro dele e começamos a chorar também foi complicado” disse.


*O gerente operacional da Odebrecht, Frederico Barbosa, confirmou nesta quarta-feira (26), em entrevista coletiva, que "extraoficialmente" 30% das obras do Itaquerão estão interditadas. o engenheiro assegurou que a estrutura do local atingida pela queda do enorme guindaste de 500 toneladas "não sofreu nenhum comprometimento". "Houve danos na parte do prédio, mas nada que comprometa a segurança da estrutura", avisou. Segundo Barbosa, os procedimentos para operação do guindaste que despencou estavam sendo feitos "de forma correta". "O trabalho estava em evolução, nada fora do programado. Esperamos o momento ideal para a operação, tinha parado de chover, as condições estavam boas", relatou. (*por Agência Estado)

Guindaste antes do acidente.
@ Nossa Voz - Fotos Inéditas

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