A escolha do secretário da Casa Civil, Rui Costa, como candidato do PT ao governo do estado, dada como certa nos bastidores políticos e com anúncio agendado para o próximo sábado (30) não esmaece dois pré-candidatos que ainda se mantém na disputa, Walter Pinheiro e José Sérgio Gabrielli.
No sábado, durante a plenária do mandato do senador, aliados de ambos fizeram questão de reiterar o apoio aos seus líderes, com manifestações públicas de Pinheiro como ainda não haviam acontecido desde o início das conversas sobre a sucessão do governador Jaques Wagner.
Diante do quadro em que todos os envolvidos negam tensão interna dentro do PT, Wagner encontra-se numa situação delicada: mantém a preferência pessoal pelo chefe da Casa Civil ou cede ao partido para fazer uma escolha mais próxima da militância, conforme defendem, nas entrelinhas, Pinheiro e Gabrielli. Ambos, inclusive, trocaram afagos públicos durante o evento do senador, quando, além de petistas, aliados do PP fizeram coro na defesa de interesses políticos – os deputados Mário Negromonte e João Leão reiteraram apreço por Pinheiro e uma eventual escolha dele como candidato pode alçar um progressista para o Senado, com a suplência ocupada por Roberto Muniz.
“Precisamos ter força, mas a força não pode ser do braço, mas da sabedoria com entendimento. Ser sábio é melhor do que ser forte e o conhecimento é mais importante do que a força”, defendeu o senador durante sua plenária. Pinheiro tem como principal argumento o recall eleitoral de 2010, com 3,6 milhões de voto, porém não encontra tráfego livre com as principais lideranças petistas. Segundo interlocutores da sigla, o perfil dele é visto com receio entre os dirigentes, razão pela qual parte do diretório divide-se entre o apoio a Gabrielli e ao próprio Rui Costa, conforme sugere o indicativo de Wagner.
O tom de Gabrielli, único correligionário e adversário na disputa pela candidatura ao governo presente no evento do senador, é apaziguador. Para ele, que detém o prestígio junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão de Wagner não será impositiva. “Não é do feitio do governador impor nomes”, reiterou o secretário do Planejamento – a posição dele não é nova e ratifica a disposição em negociar com outras lideranças petistas.
Em desvantagem anunciada se analisada a preferência das entrelinhas de Wagner, Gabrielli e Pinheiro compartilham estratégias para tentar manter-se ativos na disputa. Arregimentam aliados e a militância para tentar mudar a decisão anunciada para o dia 30. E até adiar mais uma vez o prazo para a escolha. A questão é se o tempo será suficiente para convencer o governador de que outro retardamento na escolha não trará prejuízos ao processo. E, para isso, até os passos da oposição seguem sendo estudados. Matéria extraída da Tribuna da Bahia.
Do Portal Jornal da Chapada/FOTO: Montagem do JC
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