quarta-feira, 1 de maio de 2013

Silêncio de Lula sobre traição de Dilma é ensurdecedor. Logo, logo vai explodir


Na televisão, a propaganda do PT mostra Lula e Dilma como se fossem irmãos siameses. Por artes dos marqueteiros, cada um completa a frase do outro, o entrosamento é tão perfeito que acabam em uníssono.

Mas na vida real, a briga entre Lula e Dilma é terrível. Criador e criatura lutam sem cessar nos bastidores. A estratégia de Dilma é usar o governo (Comissão de Ética do Planalto e Controladoria da União), o Ministério Público e a Polícia Federal para destruir Lula e sua companheira de viagens (digamos assim) Rosemary Noronha. Vejam o que escreveu a esse respeito o principal comentarista político de O Globo, Merval Pereira, no último domingo:

“Causa surpresa a Rosemary a fúria punitiva com que se lança o próprio governo federal contra ela. Ela identifica na ministra-chefe do Gabinete Civil, Gleisi Hoffmann a responsável pelo rigor da investigação, e o núcleo petista que reclama disso vê na ministra e em seu marido, o ministro da Comunicação, Paulo Bernardo traços de deslealdade”.

A estratégia de Lula, por enquanto, é fingir que não está percebendo a armação do Planalto, que tenta atingir diretamente Rosemary de todas as formas, para prejudicar indiretamente Lula e evitar que ele se apresente ao PT como candidato à Presidência.

Duas facções em guerra
Essa disputa de bastidores deixa patente a divisão do governo em duas facções – a ala lulista, que sonha em desestabilizar Dilma no PT, lançar a candidatura do ex-presidente e recuperar o poder “in totum”, como dizem os latinistas; e a ala dilmista, que tenta se agarrar ao poder, por saber que, caso Lula volte à disputa, Dilma será totalmente alijada, junto com todos os que a apoiam hoje.

Esse é o quadro atual. A disputa entre Dilma e Lula é uma luta de extermínio, não há mais possibilidade de convivência entre os dois. E quem vai vencer? Ninguém sabe.

O que se sabe, sem sombra de dúvida, é que Lula está certo de que escapará incólume do novo processo do mensalão, no qual ele pode ser diretamente acusado, julgado e condenado, dependendo das novas provas que o publicitário Marcos Valério oferecer à Justiça. Lula acha também que o caso Rosemary não o atingirá, pois será considerado apenas uma aventura amorosa sem maiores implicações (na opinião dele, claro).

O que o ex-presidente não aguenta mais é a “traição de Dilma” (nas palavras dele). Não a perdoa por estar perseguindo Rosemary implacavelmente. E logo, logo, Lula vai explodir. Se preparem.

O assunto é muito importante e voltaremos a ele amanhã, com toda certeza.

Por Carlos Newton – Tribuna da Imprensa

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