sexta-feira, 17 de maio de 2013

PM natural de Serrinha é indiciado por ocultação de cadáver em Vitória da Conquista


O delegado Neuberto Costa, titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Vitória da Conquista, encaminhou ao Ministério Público, na última segunda-feira (13), o inquérito policial sobre o desaparecimento do garoto Maicon Batista Braga, 9 anos, indiciando seis soldados da 77ª Companhia Independente de Polícia Militar: três por homicídio e ocultação de cadáver e três somente por ocultação de cadáver.

Eles integram as duas guarnições da PM, que, em 4 de dezembro do ano passado, estiveram no Condomínio Vila Sul e atiraram num grupo de garotos, que retornava de uma lagoa próxima. A Polícia Militar informou que um processo administrativo foi instaurado pela Corregedoria e já se encontra em fase de conclusão.

O laudo de reconstituição do Departamento de Polícia Técnica (DPT), anexado ao inquérito na quarta-feira (8), revela que os únicos tiros disparados durante o episódio, num matagal próximo ao condomínio, partiram dos policiais militares.

Os soldados Pablo Mendes Almeida Borba, Josias Nascimento Libarino e Kleber Jackson Rodrigues, indiciados por homicídio e ocultação de cadáver, admitiram no interrogatório terem atirado contra um grupo que acreditaram ser de traficantes.

Os soldados PM Mateus Queiroz de Oliveira, 29 anos, natural de Serrinha, Warley Lopes Santos e Agenaldo Gama Silveira Júnior foram indiciados por ocultação de cadáver. Com mais de 300 páginas, o inquérito inclui depoimentos de mais de 20 testemunhas e dos policiais que participaram da diligência na área do condomínio, além de vários laudos periciais. Todas as oitivas foram acompanhadas pelo Ministério Público.

Interrogados, os seis policiais informaram que, no dia 4 de dezembro, dirigiram-se até a área do condomínio, próximo ao anel rodoviário, para atender uma denúncia de agressão a um adolescente, por traficantes. Ali, viram um grupo caminhando e, por suspeitarem ser ele formado por criminosos, atiraram. Quatro garotos correram por um matagal, mas, ao alcançarem o condomínio residencial, três deles sentiram a ausência de Maicon.

Segundo o delegado Neuberto Costa, os companheiros informaram que o amigo não havia retornado e, imediatamente, foram impedidos pelos soldados de voltarem ao matagal para o procurarem. A proibição se estendeu aos moradores da região, que só tiveram acesso ao local, uma hora depois, mediante a liberação de um oficial PM, que para ali enviou uma guarnição do Corpo de Bombeiros. Maicon Batista Braga não foi mais visto, a partir do 4 de dezembro de 2012.

“O laudo de reconstituição confirma as provas coletadas e reunidas no inquérito, no qual apontamos os responsáveis pelo desaparecimento do garoto, que serão processados criminalmente”, afirmou o delegado. Através de exame de DNA, o DPT comprovou ser de Maicon o sangue encontrado na área do condomínio Vila Sul.

Em setembro do ano passado, o soldado Matheus Queiroz de Oliveira foi preso em Serrinha sob a suspeita de matar o jovem Welisson Rocha Santiago, de 19 anos, após uma briga na praça Morena Bela.

Na época, segundo a assessoria da corporação, o soldado foi preso com uma pistola ponto 40, mas foi solto meses depois porque o exame balístico apontou que os projéteis que atingiram a vítima foram disparados de um revólver calibre 38.


Do Portal Clériston Silva

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