A população de Riacho da Onça, na sede do Distrito, que é de aproximadamente 2.800 habitantes está revoltada com o descaso por parte das autoridades. A vereadora Analice Ferreira de Jesus Oliveira (PRP) moradora da comunidade acompanhou a equipe do CN ao açude e mostrou que, no passado era muita água, hoje se transformou em uma estrada vicinal que é usada pelos moradores para encurtar caminho entre as comunidades de Nova Campina no município de Santaluz que faz limite com Coronel João Borges popularmente conhecido por Riacho da Onça.
“Estamos muito preocupados com a situação do açude. Conversamos com o prefeito Tarcísio, vamos acelerar as cobranças, pois esse é o momento da comunidade fazer de tudo para chamar atenção das autoridades, porque podemos ter chuvas a qualquer momento, com fé em Deus, e com o reservatório limpo, armazenará muito mais água e poderemos efetuar um novo “peixamento” e os moradores voltarão a plantar suas hortas”, disse Analice.
O ex-vereador Eleilton Alves de Oliveira (PRP), “Litinho”, esposo da vereadora, reside no Distrito a mais de 30 anos, garantiu que o açude desde que foi construído, segundo relato das pessoas mais idosas, nunca foi limpo e nem havia secado totalmente. Litinho contou que o esforço por parte dos moradores é grande para vê esta reivindicação ser atendida, inclusive houve uma audiência pública no dia 12 de março de 2010, onde estiveram presentes vereadores, e secretários e os prefeitos de Queimadas e Santaluz, mas até o momento não avançou em nada.
O jovem Luiz Carlos, 25 anos, professor de física e história, chamou atenção para crise que vive a região. Com o açude seco, o sisal praticamente extinto, o gado também já não existe, o forte êxodo rural, a região está vivendo dos recursos da bolsa família e dos aposentados. Segundo ele, as feiras-livres que acontecem aos domingos são reflexos disto e praticamente encerra ás 14h. Em sua página no Facebook, Luiz Carlos postou fotos do açude cheio, motivo de muita saudade.
O aposentado José Ferreira Alves, 78 anos, lembrou que na seca de 1930, as cacimbas do açude salvaram o povo e naquela época a água ainda não estava salinizada. “Em 1993, ficou pouca água, mas não secou e, outra coisa que quero lembrar, há 20 anos que não sangra e conseqüentemente isto fez com que a água tornasse salgada. Em 2007 teve uma enchente, mais ele não sangrou”, falou o velho Zezinho, como é chamado pelo povo do lugar.
O prefeito Tarcísio de Oliveira Pedreira (PR), disse ao CN que está muito preocupado com a situação do Açude do Riacho da Onça. O assunto, segundo Tarcísio, foi colocado para a equipe do governo do estado no dia 05 durante a 2ª Reunião Itinerante do Comitê Estadual para Ações de Convivência com a Seca. “Esta reunião teve como objetivo escutar os gestores sobre as principais demandas e a realidade de cada município e na oportunidade foi orientado com relação aos procedimentos necessários para acesso a benefícios emergenciais e na oportunidade falei sobre a importância e urgência na limpeza deste açude”, falou Pedreira.
O açude de Riacho da Onça atende a várias comunidades nos municípios de Queimadas e Santaluz, por isso a necessidade da união de forças dos representantes dos dois municípios.
“Fomos informados pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa, que além das medidas já em andamento, o Governo do Estado vai ampliar a ajuda aos agricultores, com a disponibilização de cinco mil toneladas de milho e feijão, distribuição de 40 mil matrizes e reprodutores de caprinos e ovinos para recomposição do rebanho que foi prejudicado pela seca, além de destinar tratores para associações e cooperativas e implantar novas cisternas de produção de barragens subterrâneas. E nós dissemos que a limpeza do Açude do Riacho e água do Espanta Gado, são prioridades”, externou o prefeito.
Tarcísio falou também que irá procura o DENOCS, o Ministério da Integração Nacional, em Brasília, o governador do estado, “não podemos deixar de resolver este problema do Riacho, pois sei quanto às pessoas estão sofrendo e ganhamos a eleição pela vontade popular para melhorar a vida das pessoas”, desabafou.
A aguada que foi construída a aproximadamente cem anos, quando cheia pode atingir uma extensão de até 5 km de de cumprimento e 1 km de largura. Segundo o comerciante de Santaluz conhecido por Donato da Farmácia até os peixes do açude de Riacho da Onça tinha sabor diferente dos demais açudes. “Era esperado por todo mundo no dia da feira. Tinha uma carne macia, saborosa, diferente mesmo, não sei se era por causa da água doce”, ressaltou o comerciante.
Valdemí de Assis / Da Redação CN/ fotos: Raimundo Mascarenhas
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