sexta-feira, 27 de julho de 2012

Evandro Matos: Record usa Dilma para dar bolo na Globo com as Olimpiadas


A abertura das Olimpíadas, em Londres, nesta quinta-feira (26), marcou uma etapa importante da televisão brasileira, quando a Globo, pela primeira vez, perdeu a exclusividade de um evento esportivo de porte internacional para a Record, a sua principal concorrente.

E a Record não perdeu a oportunidade para tentar mostrar serviço ao telespectador, quando levou para a Inglaterra uma equipe de mais de 600 profissionais. Desde o inicio da semana que a emissora do bispo Edir Macedo fala, ao vivo, de Londres, com a jornalista Ana Paula Padrão ancorando uma bancada para o jornal da noite, fazendo tabelinha com Celso Freitas, aqui no Brasil.

Ao nosso ver, o grande detalhe da noite desta quinta-feira foi a ampla cobertura dada à presença da presidente Dilma Rousseff, que foi recepcionada pelo bispo Edir Macedo, inimigo número um da Globo. Claro, a pergunta é descabida, mas nesse pais caipira não custa indagar: será que a Globo gostou desse encontro?

Não se sabe. O certo é que a Record aproveitou bem o momento, e encheu a bola de Dilma, que afagou Macedo com abraços e beijos, mas recebeu elogios da rede à economia brasileira quando Dilma se reuniu com os empresários ingleses, mesmo com o nosso PIB sumindo no horizonte.

Globo responde

A Globo não teve como ser exclusiva, mas ainda assim conseguiu comprar algumas imagens da própria presença de Dilma Rousseff e dos jogos de futebol para exibir no seu jornal, dando uma resposta à concorrente.

Segundo informações, a rede comprou da Olympic Broadcast Services (OBS) um pacote de seis minutos diários da competição. Contudo, os melhores momentos do evento só poderão ser usados três horas depois que tiverem sido exibidos pela Record, que ainda terá direito ao crédito.

Para não ficar por baixo, no intervalo do jornal desta quinta-feira, como se quisesse mostrar poder, a Globo exibiu um comercial do Bradesco já badalando os jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Enfim, pelo visto, a concorrência não tem limites e se observa até a longo prazo, o que não causa prejuízo ao telespectador. Muito pelo contrário.  

Por Evandro Matos (Portal Interior da Bahia)

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