sábado, 22 de outubro de 2011

Após execução na Líbia, Kaddafi teve ‘velório’ macabro; confira o vídeo


Graças às facilidades da Era da internet, o ocaso da ditadura de 42 anos do coronel Muammar Kaddafi tornou-se um espetáculo de dimensões planetárias.

Executado por forças rebeldes em Sirte, onde nasceu, o ex-ditador líbio converteu-se num cadáver festejado. Levaram-no para a cidade de Misrata. Ali, organizou-se algo parecido com um velório. Deu-se no interior da câmara frigorífica utilizada por bares e restaurantes de um mercado local.

Kaddafi - ou o que restou dele - foi deitado sobre um colchonete velho, manchado de sangue. Estava sem camisa. Um capricho dos algozes, decididos a exibir as marcas da vingança pelos suplícios que o morto impusera ao seu povo.

Moído de pancadas, o corpo do ‘ex-pode-tudo’ exibia marcas de tiros ainda na lateral esquerda do crânio, no peito e na barriga. Formaram-se defronte da câmara fria filas de centenas de pessoas. Vivo, Kaddafi era inacessível. Morto, tornou-se, por assim dizer, arroz de festa.

Muitos dos curiosos não se contentavam apenas em vê-lo. Servindo-se de celulares, outra marca da Era moderna, fizeram questão de filmá-lo e fotografá-lo.

Era como se desejassem congelar o triunfo numa imagem eterna. Retrato de um júbilo a ser compartilhado com os netos, com as gerações futuras. Nem o próprio Kaddafi, exibicionista excêntrico e extremado, teria concebido uma cerimônia fúnebre tão macabramente apropriada.

As imagens ecoaram no blog ‘The Lede’, do jornal americano ‘The New York Times’. As primeiras cenas da captura de Kaddafi foram filmadas pelo combatente rebelde Ali Algadi. De novo, a modernidade imiscui-se no cenário medieval. 

Entrevistado, Ali Algadi disse que começou a gravar segundos depois que Kaddafi foi arrastado de um duto de esgoto, sob uma estrada da cidade de Sirte. Contou que registrou as imagens, veja você, manuseando um iPhone. Vivo, Steve Jobs decerto morreria de rir.

A morte de Kaddafi veio à luz graças a um aparelhinho que, concebido como símbolo do novo, expôs traços de barbárie que aproximam à “nova’ Líbia dos métodos do ditador morto.

Veja ao vídeo do velório

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