quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Nossa história: Meteorito Bendegó deve retornar a Canudos e atrair turismo para a região


O Conselho Nacional de Política Cultural- CNPC, em Sessão Ordinária, nos dias 07 e 08 de junho de 2011, recomendou o retorno do meteorito Bendegó para Canudos, na região nordeste da Bahia.


Para isso é preciso que os governos federal e estadual criem as condições necessárias para a sua  guarda, preservação, difusão e promoção cultural.

Em 1888 (na segunda metade do Século XIX) por ordem do Imperador D. Pedro II o meteorito de Bendegó foi transportado em uma expedição histórica para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, ficando instalado no Museu Nacional, na quinta da Boa Vista.

Naquele momento, o Bendegó seria o maior meteorito do mundo exibido “em museu” e foi objeto de rigoroso registro fotográfico que integra o acervo da Princesa Isabel, (objeto de recente e prestigiosa publicação).

História

Esse meteorito é uma grande massa de ferro e níquel, pesando 5.360 kg, medindo 2,15 m de comprimento por 1,50 de largura e 0,66 m de altura. Seu achado oficial ocorreu em 1784, pelo vaqueiro sertanejo Joaquim da Mota Botelho, nas proximidades do riacho de Bendegó, mas os índios da região já falavam de uma “Cuitá” que significa “pedaço de ferro caído do céu”.

Euclides da Cunha já registrara em Os Sertões a importância capital da descoberta do meteorito de Bendegó para a conjugação dos fatos que precipitariam a maior e mais sangrenta guerra civil até hoje ocorrida em território nacional - a guerra de Canudos.

Hoje, sem a importância científica de antes, Bendengó,  esquecido em um canto do Museu Nacional, no centro da cidade do Rio de Janeiro, já não incendeia paixões e nem movimenta as forças da História. A presença de Bendegó no Rio não tem mais o sentido que tivera de nenhum ponto de vista: turístico, astronômico ou cultural.

Importância para Canudos

Contudo, para o sertão de Canudos o meteorito tem e pode ajudar na potencialização da região, que segue em sua eterna luta pela sobrevivência, dignidade, justiça e paz.

Desprovida de equipamentos culturais e científicos de porte significativo, como museus, parques históricos, acervo documental, etc, Canudos é uma cidade que precisa, verdadeiramente, do pequeno aporte de recursos promovido pelos seus atuais visitantes, em sua maioria estudantes universitários ou secundaristas da Bahia ou de outros estados.

O ‘repatriamento’ do Meteorito de Bendengó irá evidentemente gerar um novo interesse para que turistas e estudiosos desloquem-se até Canudos e poderá ser o elemento definitivo para uma efetiva canalização dos investimentos necessários a uma utilização efetiva e inovadora do seu potencial turístico.histórico, ecológico e cultural.

Além de que, esse retorno poderá gerar um movimento que irá promover maiores investimentos em educação (universitária e profissionalizante) gerando mais uma oportunidade de trabalho e movimentando a economia da região.

Com isso a utilização potencial do tesouro histórico-cultural decorrente da Guerra de Canudos poderá, finalmente, 123 anos depois da sua ocorrência, trazer prosperidade e qualidade de vida para os descendentes dos sertanejos que buscaram junto com Antonio Conselheiro construir uma nova (guerreiros e visionários daquela) utopia sertaneja.

A volta do Bendegó a Canudos trará mais visibilidade, reconhecimento e valorização para uma das regiões mais singulares em termos de tradições culturais do Brasil, significando uma iniciativa inovadora em termos nacionais.

Afinal, o momento contemporâneo internacional em relação a tesouros patrimoniais, se movimenta no sentido de fazer retornar às comunidades de origem bens patrimoniais 'expatriados'. Por isso o Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC, recomenda que se faça o retorno do meteorito Bendegó para o sertão de Canudos.

Informações do Interior da Bahia

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