sábado, 10 de agosto de 2024

31 corpos de vítimas de queda de avião em Vinhedo (SP) são resgatados

O número de vítimas da queda do avião da Voepass no município de Vinhedo, a 79 km da capital paulista, subiu para 62. Até o início da tarde deste sábado, (10), os corpos de 31 delas haviam sido retirados do local do acidente. Dois deles foram identificados —o piloto e o copiloto do voo.
 

Todos os corpos resgatados foram levados para o IML (Instituto-Médico Legal) Central da cidade de São Paulo para identificação.
 

O tenente Ramatuel Silvino, da Defesa Civil, afirmou que os trabalhos para a identificação dos corpos foram iniciados e alguns parentes das vítimas, atendidos. Segundo ele, os familiares ficarão em hotéis na capital e serão concentrados no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo do IML.
 

Até a tarde deste sábado, cinco famílias haviam sido atendidas, de acordo com a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Elas receberam orientação para a entrega de documentos médicos que possam auxiliar na identificação de corpos e para a coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário.
 

No auditório, eles contarão com o auxílio de psicólogos.
 

Dois dos 12 corpos foram identificados ainda no condomínio de casas onde caiu o avião, segundo o capitão Michael Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
 

Na manhã deste sábado, a tenente Olívia Perrone, também dos Bombeiros, disse que 9 dos 21 corpos resgatados estavam preservados próximo ao avião.
 

De acordo com ela, o trabalho de resgate foi acelerado na manhã deste sábado por causa da claridade do dia. Mesmo assim, os bombeiros evitam estimar o tempo necessário para a retirada de todos os corpos.
 

"Estamos fazendo um trabalho cuidadoso para preservar ao máximo os corpos para facilitar a identificação e por respeito às famílias das vítimas", afirmou. Segundo ela, os dois corpos identificados estavam na região da cabine do avião.
 

A aeronave caiu na sexta-feira (9), durante viagem de Cascavel (PR) a Guarulhos (Grande São Paulo), na área de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Imagens feitas por moradores mostram o avião em queda livre e, na sequência, uma explosão seguida por muita fumaça.
 

O acidente matou os 58 passageiros e os quatro tripulantes que estavam a bordo. Inicialmente, foi divulgado que 61 pessoas estavam no avião. Mas, neste sábado (10), a Voepass afirmou que o nome de um passageiro, Constantino Thé Maia, não constava da lista de embarcados.
 

A aeronave, que decolou às 11h50 e tinha previsão de chegada às 13h40, perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto a partir das 13h21, segundo o site Flight Aware, que monitora voos em tempo real ao redor do mundo.
 

Registros do site mostram que o bimotor começou a perder altitude às 13h20, quando estava a cerca de 5.100 metros. Cerca de um minuto depois, atingiu 1.798 metros, no último registro disponível.
 

Segundo a Força Aérea Brasileira, o avião deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. O piloto não teria declarado emergência ou reportado estar sob condições meteorológicas adversas.
 

A Voepass, dona da aeronave, disse que ainda não tem informações sobre a causa do acidente. O CEO da companhia aérea, Eduardo Busch, afirmou ainda que tudo o que tem circulado nas redes sociais é especulação.
 

Nas primeiras horas após o acidente, especialistas em aviação ouvidos pela Folha levantaram duas hipóteses principais para o caso com base nos primeiros detalhes, ressaltando que é cedo para determinar as causas.
 

Vídeos do momento da queda mostram que a aeronave desceu rodopiou no ar, mantendo-se em posição horizontal, manobra conhecida como "parafuso chato". Essas condições, segundo especialistas indicam que o piloto havia perdido o controle da aeronave e as condições de arremeter —ou seja, apontar o nariz da aeronave para baixo e usar os motores para ganhar novamente sustentação no ar.
 

O especialista em segurança de voo Roberto Peterka levantou a possibilidade de que gelo tenha se acumulado nas asas da aeronave. Já o engenheiro Hildebrando Hoffman, professor aposentado de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), citou a hipótese de que tenha ocorrido uma falha na posição das hélices.
 

Ambas as hipóteses teriam afetado a capacidade de tração da aeronave. Eles descartaram a possibilidade de falha elétrica ou no motor, pois há sistemas auxiliares que normalmente não fariam com que o avião caísse em queda livre, como se vê nas imagens. A pane seca também está descartada, uma vez que o combustível queimou no solo, após a queda.
 

O avião era um ATR-72, fabricado em 2010 e tinha certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, segundo a Anac (Agência Nacional de Avião Civil). O voo contava com quatro tripulantes a bordo no momento do acidente e todos estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas.
 

"A aeronave estava regular, em todas as condições de aeronavegabilidade. Temos a rastreabilidade desde que a aeronave foi construída e isso será levantado e a informação será prestada à investigação feita pelo Cenipa", disse o diretor da agência, Luiz Ricardo.
 

A caixa-preta do avião foi recuperada, de acordo com o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira. O acidente foi considerado de alta complexidade e havia uma preocupação de que altas temperaturas pudessem ter danificado os equipamentos.
 

A unidade de São Paulo, Cenipa 4, disse ter conseguido encontrar os gravadores, nas siglas em inglês, CVR, o cockpit voice recorder, e o FDR, flight data recorder. O primeiro grava vozes da cabine e o outro dados do voo, como altitude, meteorologia, velocidade, dentre outros.
 

Vítimas do voo 2283

 

PASSAGEIROS
 

- Constantino Thé Maia
 

- Rosangela Souza
 

- Eliane Andrade Freire
 

- Luciani Cavalcanti
 

- José Fer
 

- Denilda Acordi
 

- Maria Auxiliadora Vaz de Arruda
 

- José Cloves Arruda
 

- Nélvio José Hubner
 

- Gracinda Marina Castelo da Silva
 

- Ronaldo Cavaliere
 

- Silvia Cristina Osaki
 

- Wlisses Oliveira
 

- Hialescarpine Fodra
 

- Daniela Schulz Fodra
 

- Regiclaudio Freitas
 

- Simone Mirian Rizental
 

- Josgleidys Gonzalez
 

- Maria Parra
 

- Joslan Perez
 

- Mauro Bedin
 

- Rosangela Maria de Oliveira
 

- Antonio Deoclides Zini Júnior
 

- Kharine Gavlik Pessoa Zini
 

- Mauro Sguarizi
 

- Leonardo Henrique da Silva
 

- Maria Valdete Bartnik
 

- Renato Bartnki
 

- Hadassa Maria da Silva
 

- Raphael Bohne
 

- Renato Lima
 

- Rafael Alves
 

- Lucas Felipe Costa Camargo
 

- Adrielle Costa
 

- Laiana Vasatta
 

- Ana Caroline Redivo
 

- José Carlos Copetti
 

- André Michel
 

- Sarah Sellalanger
 

- Edilson Hobold
 

- Rafael Fernando dos Santos
 

- Lizibba dos Santos
 

- Paulo Alves
 

- Pedro Gusson do Nascimento
 

- Rosana Santos Xavier
 

- Thiago Almeida Paula
 

- Adriana Santos
 

- Deonir Secco
 

- Alípio Santos Netos
 

- Raquel Ribeiro Moreira
 

- Adriano Da Luca Bueno
 

- Miguel Arcanjo Rodrigues Junior
 

- Diogo Avila
 

- Luciano Trindade Alves
 

- Isabella Santana Pozzuoli
 

- Tiago Azevedo
 

- Mariana Belim
 

- Ariane Risso
 

TRIPULANTES

 

- Debora Soper Avila (comissária de bordo)
 

- Rubia Silva de Lima (comissária de bordo)
 

- Humberto de Campos Alencar e Silva (copiloto)
 

- Danilo Santos Romano (comandante)


Do Portal Bahia Notícias/Por Fábio Pescarini e Arthur Rodrigues | Folhapress/Foto: Divulgação

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