quinta-feira, 11 de abril de 2024

Bilionária é condenada à morte por corrupção no Vietnã; país usa injeção letal como método de execução

A executiva vietnamita Truong My Lan durante seu julgamento, na cidade de Ho Chi Min | Foto: STR/AFP

Um tribunal do Vietnã condenou uma empresária do setor imobiliário por um dos maiores casos de corrupção do país, com prejuízos calculados em US$ 27 bilhões de dólares (R$ 136 bilhões).

A bilionária Truong My Lan deverá ser executada por injeção letal. A sua defesa diz que vai recorrer.

Lan se declarou inocente, mas o tribunal rejeitou todas as alegações da executiva do grupo imobiliário Van Thinh Phat, acusada de fraudar o Saigon Commercial Bank (SCB) ao longo de uma década.

“As ações da acusada (…) minaram a confiança da população na liderança do Partido (Comunista) e do Estado”, afirma a decisão do júri, divulgada pela imprensa estatal.

Lan foi uma das 86 pessoas indicadas no caso, um grupo que inclui ex-presidentes do Banco Central, ex-funcionários do governo e ex-executivos do SBC.

O julgamento, na Cidade de Ho Chi Minh, durou cinco semanas.

Lan e os outros 85 réus foram acusados por crimes que vão de suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias.

Lan teria desviado US$ 12,5 bilhões (R$ 63 bilhões), mas os promotores afirmaram nesta quinta-feira que os danos totais causados pelo esquema alcançaram US$ 27 bilhões, o equivalente a 6% do PIB do Vietnã em 2023.

A empresária negou as acusações e culpou os subordinados.

Empresária de sucesso

Truong My Lan começou sua carreira ajudando a sua mãe a vender perfumes no mercado central de Ho Chi Min, segundo seu relato no tribunal.

Ela fundou a Van Thinh Phat, que atua no ramo imobiliário, em 1992. A empresa administra atualmente um vasto portfólio, que inclui diversos prédios, incluindo hotéis cinco estrelas e o Times Square Saigon, um edifício comercial de 39 andares que é visto como símbolo de prosperidade e modernidade em Ho Chi Min, a capital financeira e cidade mais populosa do Vietnã.

Lan e os demais réus foram detidos em meio a uma campanha nacional contra a corrupção.

Em sua declaração final ao tribunal na semana passada, ela diz que cogitou o suicídio. “Em meu desespero, pensei na morte”, declarou Lan, segundo a imprensa estatal.

“Estou tão irritada por ter sido tão estúpida para me envolver neste ambiente empresarial muito feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento”, disse.

Do Portal NS/Por France Presse


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