sexta-feira, 12 de maio de 2023

Mulher que nasceu com 900 gramas e ficou com paralisia se forma em pedagogia: ‘Se estou aqui, é por causa da minha mãe’

Sofia Jacoby e a mãe, Laura | Foto: Reprodução/EPTV

“Minha mãe é uma mulher muito guerreira. Se eu estou aqui, é por causa dela. Porque ela é muito guerreira, mais do que eu”. A declaração de afeto da pedagoga Sofia Jacoby, de 24 anos, é uma das retribuições ao afeto e cuidados que recebeu da mãe Laura desde que nasceu, três meses antes do previsto e com 900 gramas. Foram semanas na unidade de terapia intensiva (UTI) e ela ficou com paralisia cerebral.

“Ela iria fazer cirurgia às 6h, uma cirurgia cardíaca com menos de 900 gramas. A gente orava muito, pedia a Deus que fizesse um milagre. Quando foi de manhã, às 6h, quando o médico apareceu na porta, ele disse: ‘Olha, a gente não sabe o que aconteceu. Nós demos um último remédio para ver se o coração bombava, reagia, e o remédio fez efeito. Nós avaliamos e ela não vai fazer cirurgia hoje, talvez não precise'”, lembrou a mãe sobre o período em que a vida da filha ficou em risco.

Luta pela educação

Sofia Jacoby se formou em pedagogia | Foto: Reprodução/EPTV

A trajetória de Sofia é repleta de desafios quando os assuntos são mobilidade e coordenação motora. Em contrapartida, ela gosta de conversar, e com apoio da família se dedicou à fisioterapia.

A moradora de Campinas (SP) aprendeu a caminhar e, nos estudos, a primeira escola em que teve aulas estava despreparada para receber uma criança com paralisia cerebral. “Tinha 4 mil alunos e essa diretora falou: ‘Olha, infelizmente nós não temos preparo para receber a Sofia’. Receber aquele ‘não’ foi muito frustrante e eu percebi que ia ser muito mais difícil do que a gente imaginava”, lembrou Laura.

Além de enfrentar a negligência do sistema educacional com crianças e jovens especiais, Sofia também precisou lidar com uma situação de dor e angústia, e precisa ser combatida por projetos pedagógicos. “Eu estava vivendo uma situação difícil, de bullying”, falou a jovem. Neste momento, o apoio de Laura foi fundamental para que ela seguisse adiante em busca de direitos e sonhos.

“[Ela falava] Vai dar certo. A gente vai trocar de escola, eu vou lá na escola te defender. Eu vou lá falar com a mãe dessa menina. E ela foi”, explicou Sofia.

Após superar uma série de barreiras ao longo da vida, a jovem se formou em pedagogia e tornou-se exemplo de força e determinação para outras famílias que enfrentam questões parecidas.

“Se eu tivesse uma outra Sofia eu faria tudo igual, faria da mesma maneira. Ser mãe da Sofia foi, é uma experiência maravilhosa”, ressaltou Laura.

A filha, por outro lado, ressaltou gratidão. “Eu sou fã número um. Amo muito”, declarou orgulhosa.

Do Portal NS/Por EPTV 1


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