quinta-feira, 2 de maio de 2019

Mulher de 33 anos tenta localizar família biológica na região de Serrinha


"Eu sou Micheline Emanuelle dos Santos nascida em 31/05/1985 na cidade de Viçosa/MG. O nome da minha mãe é Maria Eliene dos Santos e pai não declarado. Atualmente tenho 33 anos e moro na cidade do Cabo de Santo Agostinho-PE. Sou casada e tenho um filho de 8 anos chamado André, meu esposo chama-se Carlos,  trabalho como Analista de Departamento Pessoal em uma clinica de hemodiálise na mesma cidade em que resido. 

Infelizmente só nesse primeiro paragrafo já posso lhe apontar algumas mentiras  sobre mim.  Minha idade? Meu local de nascimento? Nome de minha mãe? Sobre idade, nascimento e mãe... NADA é verdade, pois a mulher que me pegou para criar de minha mãe biológica inventou esses dados. 

Até onde me lembro e me contaram, a minha história começou assim: Morei em Serrinha no bairro Cidade Nova na casa de minha tia adotiva conhecida como Dedé onde me lembro de suas filhas e o filho que tinha uma padaria, isso há muitos anos. A rua ainda consigo descrever e indo lá, pessoalmente, acredito conseguir chegar até lá... Tinha também uma irmã chamada Guiomar que morava no bairro da Urbis. A mulher que me criou chama-se Eliene, mais conhecida com Ledinha. 

Me lembro nessa época que Dedé tinha uma casa próximo ao hospital ABC e conseguiu um emprego como doméstica para a mulher que me criou, numa casa colada ao hospital de um Dr. Não me lembro o nome dele e fomos então morar lá nessa casa por um período. Depois ela me levou para uma casa de uma senhora chamada Celina por trás do Supermercado de Elizeu... Mas precisamente na Rua Bernardo da Silva. Essa senhora, Dona Celina, tinha um curral para guardar os animais e feira do pessoal que vinha das roças nos dias de quarta e sábado. Era uma animação só... 

Foi com ela que passei um bom período e melhor da minha vida... Segundo a mesma me contou anos depois, a mulher que me criou apareceu lá e foi ficando e depois sumiu. Essa senhora não tinha filhos e costumava criar ou apoiar algumas pessoas que foi o que aconteceu com ela. A Dona Celina a criou por um período e anos depois ela aparecia de vez em quando. Numa dessas aparecidas estava comigo dizendo ser filha dela e que estava sem condições de criar daí pediu que ela ficasse comigo uns dias e depois voltava para me pegar quando conseguisse um emprego. 

Dona Celina, juntamente, com seus familiares acharam estranho, pois fazia pouco tempo que ela esteve lá e não estava grávida, mas não ligaram muito. Acredito eu que naquele tempo não se tinha tantos problemas em pegar uma criança ou criar. As pessoas eram boas e só queriam ajudar. O tempo foi passando e eu crescendo, precisava estudar, precisava me batizar, precisava ir ao médico e sempre usando documento das sobrinhas da senhora que estava comigo, daí ela procurou as pequenas causas. Consigo me lembrar de cada detalhe... Lá orientaram abrir um processo e buscar pela minha mãe para me registrar ou dá a guarda minha para ela... Foram meses de buscas e ninguém sabia de minha suposta mãe. As tias da Cidade Nova sempre diziam: ninguém sabe de Ledinha... E assim foi..., até que um dia ela apareceu onde eu estava e ficou brava pela situação, dizendo que a Celina queria tomar a filha dela e foi um maior auê, acabamos no fórum de Serrinha e ela me registrando sem pai, dizendo que nasci em Minas Gerais. 

Nessa data, conforme informei acima, as duas discutiram, pois Celina sabia que tudo não era verdade e como era muito católica odiava mentira e queria que falasse a verdade. Sem sucesso, Eliene me registrou do jeito que foi e sumiu no mundo. Eu por minha vez fui estudar e seguir a vida, me batizei, fiz catequese etc., mas era uma adolescência difícil, queria sempre entender o porquê de tudo aquilo e me revoltei. Comecei a andar com pessoas erradas, namorar cedo, filar aulas, e certo dia, na véspera de minha primeira comunhão, eu fugi de casa para a casa de uma amiga que morava por trás da igreja nova de Serrinha., não durou muito e a Celina me encontrou e o juizado estava com ela, onde voltei para casa e assim ela começou, desesperadamente, a procurar a Eliene para vim me pegar, pois sabia que não me seguraria mais. Enfim, a achou e me levou com ela para Dias D’Ávila onde moramos em vários lugares e casas, sempre sem deixar rastro, sem muita aproximação com a família dela ou vizinhos. Eu não entendia o por quê? Em algumas discussões as supostas primas sempre diziam você não é da família e aquilo ia me matando por dentro, eu via a diferença de semelhanças com todos, inclusive a diferença de tratamento, eu era rejeitada, eu era maltratada. 

Quando fiz quinze anos ela me chamou, sentou-me na sala e disse: Acho que você já sabe, eu não sou sua mãe. Sua mãe lhe deu no hospital mesmo e voltou para casa. Na época achei tão estranho, pois me lembrava de coisas que não encaixava. 

Aos 17 anos sair de casa e fui enfrentar a vida sozinha. Só em 2017 não aguentei mais esconder a curiosidade de querer saber quem são meus pais biológicos? Quem são meus familiares? De onde eu vim? E fui buscar as histórias de como eu surgir! Foram várias versões. As irmãs de minha suposta mãe dizem que apareci ainda bebê questão de dias depois de nascida, trazida por Dona Dedé. No tempo ninguém quis e ela estava desesperada para entregar a alguém, pois estava sem paciência de esperar encontrar um lar para mim e eu chorava muito. Daí essa suposta mãe me pegou para criar, mas depois se arrependeu e ficou assim me jogando de casa em casa. São tantas versões. 

Fui procurar Dedé que já estar bem velhinha e não me disse nada, apenas chorou muito ao me ver quase 20 anos depois. Disse bem baixinho a filha que estava feliz ao me ver e que achou que eu não sobreviveria. As filhas dela por sua vez disseram que a mãe pegou e deu muitas crianças na época, de todo canto, tanto de Serrinha como de Lamarão. Que as famílias tinham filhos por demais e não conseguiam criar então ela as ajudava achando mães para essas crianças.  

Recentemente fiz exames DNA com duas família, uma de Lamarão e uma de Serrinha ali por trás do parque da vaquejada, mas não foi dessa vez. As duas famílias procuraram as filhas da Dona Dedé para tentar saber se, realmente, eu era a filha que elas procuram. Ninguém queria falar sobre o assunto, não falaram o que de fato aconteceu e isso me grilou muito. Não sei mais onde procurar, nem o que fazer para localizar a minha família biológica. 

Tentei resumir o máximo, mas tem muitos detalhes que podemos ir esclarecendo.

Essa é uma parte de minha história".

Quem tiver informações que possam ajudar a Micheline Santos pode entrar em contato pelo Telefone e WhatsApp: (81) 8636-3829

Micheline Santos

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