sexta-feira, 3 de maio de 2013

Corpo do ex-presidente João Goulart será exumado com presença de peritos do exterior; pode ter sido envenenado


O corpo do ex-presidente João Goulart deverá ser exumado nos próximos três meses sob acompanhamento de peritos argentinos e uruguaios.

A decisão foi tomada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pelo Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul. Jango, que morreu em 6 de dezembro de 1976 supostamente foi vítima de um ataque cardíaco durante exílio na Argentina.

A decisão foi confirmada pela coordenadora do grupo de Relações com a Sociedade Civil e Instituições da Comissão, Rosa Cardoso na quinta-feira (2) após reunião ocorrida em Brasília no último dia 24.

Um inquérito civil público tramita desde 2007 na Procuradoria da República pedindo investigação sobre as causas da morte de João Goulart. No âmbito da CNV, ainda está sendo discutida a forma como a medida será concretizada.

O motivo do  impasse seria a necessidade ou não de uma medida judicial para garantir a exumação. "Tudo terá de ser feito com muito cuidado e cautela, já que se trata de um assunto bastante delicado. Haverá muita pesquisa antes de concretizarmos (a exumação). Mas a decisão está tomada", disse Cardoso.

Um levantamento para rastrear os laboratórios capazes de fazer a melhor análise toxicológica do material que será colhido do corpo do ex-presidente já foi realizado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, mas o resultado ainda não foi divulgado.

A expectativa é de que os componentes químicos utilizados num suposto envenenamento de Jango tenham se depositado nos ossos do ex-presidente, o que seria possível detectar com a tecnologia atual.

Segundo informou uma fonte da CNV, não há garantia de que as condições em que João Goulart tenha sido sepultado viabilizem o processo. Nesse caso, a análise toxicológica seria inconclusiva. 

A procuradora federal, Suzete Bragagnolo, que acompanha o inquérito movido pela família do ex-presidente, disse que o próximo passo será reunir o corpo técnico que fará a perícia nos restos mortais de Jango para acertar detalhes do procedimento. (Informações do jornal O Tempo). 

Do Portal Interior da Bahia

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