segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Bandiaçu: Vinte anos depois de encontrar fósseis de animais pré-históricos, população aguarda a presença de um paleontólogo para identificar espécimes

Osso encontrado no ano de 1993, em Bandiaçu

No ano de 1993 foram descobertos muitos ossos de animais considerados pré-históricos, na fazenda Lagoa Grande no Distrito de Bandiaçu, em Conceição do Coité-Bahia.

Tito também sonha com um museu na comunidade
Estes fósseis não foram identificados e 20 anos se passaram e até hoje a comunidade não recebeu a visita de um paleontólogo para identificar a qual animal pertence estes ossos e quantos anos eles tem.

Suspeita-se que sejam de dinossauros, mas nada confirmado por estudo e é isto que os moradores querem saber, a exemplo de Adailton da Silva Borges, conhecido como Tito (foto) que há anos luta pela construção de um Museu em Bandiaçu para servir como ponto turístico.

Segundo esta liderança da comunidade, não importa partido ou liderança  política, o que ele quer é ver a população sendo beneficiada, mas para isto tem que haver empenho de todos. No entanto, o primeiro passo é ter a visita de um paleontólogo para a devida identificação para depois reivindicar das autoridades, a construção deste museu, pois vai servir para visitação de estudantes e turistas e, certamente, vai gerar receita para a comunidade.


Confira mais fotos deste achado e a matéria publicada na íntegra no Jornal A Tarde no dia 18 de agosto de 1993, em uma quarta-feira:

Título: Confirmado sítio pré-histórico em Conceição do Coité

Técnicos da Universidade Estadual de Feira de Santana confirmaram ontem a descoberta de um cemitério de animais pré-históricos na localidade de Bandiaçu, em Conceição do Coité, um dos municípios mais afetados pela seca no sertão baiano. Os ossos fossilizados achados por trabalhadores rurais numa lagoa seca pertenceriam segundo o geólogo Ruy Kenji Papa de Kikuchi, que examinou parte do material, há pelo menos dois tipos de mamíferos de grande porte do período quaternário (entre 2,5 milhões e cinco mil anos atrás).

O mais novo sítio arqueológico baiano foi encontrado por acaso, quando a Prefeitura de Conceição do Coité procurava água, na semana passada, no leito seco da Lagoa Grande (que tem uma área de aproximadamente três hectares). No momento em que o trator escavava a terra buscando um minadouro, ossos gigantescos começaram a aparecer, despertando a curiosidade de dezenas de trabalhadores rurais e moradores da região. Muitos conseguiram levar fósseis para tentar vender como souvenir antes de a prefeitura parar a escavação e isolar a área. O lavrador José Gabriel Carneiro Santana, por exemplo, achou uma rótula de 50 centímetros de diâmetro e disse que vai usar o material como banquinho. 

Requisitado pela prefeitura, Kikuchi realizou um estudo preliminar do material e do terreno, localizando pequenos afloramentos de rochas metamórficas extremamente antigas, do período arqueano (cerca de três bilhões de anos), onde estão depositados sedimentos característicos do período pleistoceno.

O geólogo entrevistou dezenas de moradores da região, descobrindo que ossos de animais pré-históricos são encontrados no local desde a década de 20. Ele recomendou à Prefeitura de Conceição do Coité pedir à paleontóloga Terezinha Guzzo, da Universidade Federal da Bahia, um exame mais detalhado dos fósseis para identificação das espécimes.

Veja mais fotos:



Por Cival Anjos - Matéria e fotos

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