sábado, 15 de dezembro de 2012

Jovem serrinhense internado com 280 kg tem alta médica


O jovem serrinhense que pesa cerca de 280 quilos e está internado no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, teve alta médica na manhã desta sexta-feira (14), segundo a assessoria de comunicação da unidade hospitalar. 



De acordo com Maria Aurizete, mãe de Francisco Araújo Júnior, 23 anos, ele deve deixar o hospital em uma ambulância até o domingo (16) e voltar para a cidade de Serrinha, a 173 km da capital baiana.

Francisco Júnior saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foi transferido para um quarto do Hospital Roberto Santos no dia 3 de novembro. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o jovem já está curado das infecções que apresentava quando deu entrada no hospital e, por isso, dará continuidade ao tratamento contra obesidade em casa.

O jovem sofre da síndrome Prader-Willi, que gera apetite excessivo. No dia 30 de novembro, Osmário Salles, chefe do setor de endocrinologia do Hospital Geral Roberto Santos, disse que o jovem teria que colocar um balão intragástrico antes de ser submetido a uma cirurgia bariátrica, de redução de estômago. No entanto, por medo, o jovem se recusa a colocar o balão.

"Ele não quer colocar o balão. Então, o médico deu tempo para ele retornar para o interior e, em maio, tentar de novo", relata a mãe do jovem. Ela acrescenta que Francisco Júnior perdeu muito peso desde que deu entrada no hospital, mas, como não há balança que o suporte, ainda não há precisão do peso atual.

Mãe relata dificuldades - Maria Aurizete lamenta não ter alguns equipamentos para dar continuidade ao tratamento contra obesidade em Serrinha, onde mora com o filho obeso, uma filha especial e o marido. Ela conta que não possui cadeira de rodas e não tem condições de comprar produtos necessários para a dieta de Francisco Júnior. "Ele tem que ter acompanhamento para o resto da vida, mas nós precisamos de muita coisa. Ele precisa de cadeira de rodas, cremes, lençol. E eu não tenho nada disso. Ele vai voltar para lá [Serrinha] sem nada".

Por isso, enquanto aguarda a alta médica do filho, Maria Aurizete passou a dormir na casa de uma amiga, localizada nas proximidades do hospital. "Eu pegava dois ônibus, mas não tenho mais como ficar gastando porque até o momento não tive ajuda. Eu vendi tudo para cuidar dele”, relatou Maria Aurizete, que trabalhava como vendedora de roupas.

Apesar de ter tido sete filhos, apenas dois deles moram com Maria Aurizete: Francisco Júnior e uma menina de 16 anos, que possui síndrome de down, segundo conta. “Tem 16 anos e não conversa, fica calada, só faz chorar. Não toma banho só, não se cuida. Quem está cuidando dela agora que eu estou aqui [em Salvador] é minha irmã”, apontou.

Do Portal Clériston Silva

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