segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pesquisa: Arrocha bate axé e pagode na preferência popular mas perde pra MPB


Apesar da fama de ser um povo festeiro que tem no São João e no Carnaval suas maiores manifestações populares, o baiano tem se revelado ultimamente muito romântico, pelo menos quando o assunto se refere à música.

Um exemplo numérico que reforça essa teoria está nos dados da nova pesquisa  realizada em parceria pelo Instituto Futura/CORREIO, que aponta o arrocha como o segundo ritmo que os soteropolitanos mais curtem.

O estilo que consagrou Silvanno Salles, Pablo, Nara Costa e agora Kart Love, entre outros,  e que não foi aferido na pesquisa do mesmo instituto de 2011, aparece com 7, 3 % na preferência dos soteropolitanos. Foram ouvidas 399 pessoas, entre 16 e 19 de julho.

O primeiro lugar, com 32,8%, continua com a MPB, o gênero musical que o baiano mais gosta,  mantendo a mesma posição de 2011, quando alcançou 23,5. Ou seja, ainda cresceu na preferência geral dos entrevistados. Mas a grande surpresa foi mesmo do arrocha, ritmo 100% baiano, que fala dos amores e dores do coração. E ainda convida os ouvintes a bailar  em movimentos sensuais.

Arrasta-pé
Outra novidade foi o forró (3,3%), também pela primeira incluído na pesquisa. O ano de 2012 tem sido especial para o gênero, devido às  comemorações do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, em dezembro.

O movimento de fãs do gênero vem crescendo em Salvador, consolidando nomes como Adelmário Coelho, Zelito Miranda, Targino Gondim e Del Feliz, além de Estakazero, Cangaia de Jegue e outros mais novos, que fazem o chamado forró universitário. E o mais interessante é que seus artistas conseguem sobreviver o ano inteiro fazendo shows na capital e no interior.

Em relação à festas populares, o São João também segue no coração da maioria (58, 1%), contra 19,5% do Carnaval. Quando perguntado se gosta ou não de São João, expressivos 75,4% disseram sim.

Quebradeira
O pagode, que chegou a angariar na pesquisa anterior 10,5 %, despencou para menos da metade, alcançando 4,8 %. Uma queda significativa, levando-se em conta que várias bandas de pagode foram lançadas neste período, além dos nomes já consagrados como Léo Santana (Parangolé), Márcio Victor (Psirico) e o sempre queridinho  Xanddy, do Harmonia do Samba.

Mesmo se mantendo muito popular, o pagode vem passando por uma fase de turbulência envolvendo alguns dos grupos que apostam em letras de duplo sentido. Apesar de muita gente continuar gostando da suingueira, há restrição sobre o comportamento de algumas bandas que, de vez quando, aparecem mais no noticiário policial do que no artístico.

A axé music, que reúne grandes estrelas  baianas, caiu de 4,3 % para 3,3%. A música que conquistou o Brasil com pioneiros como Luiz Caldas e  Chiclete com Banana segue como a trilha sonora mais pedida do Carnaval. Mas já não reina sozinha como em outros tempos. Aliás, o axé ocupa apenas a oitava posição na preferência do público, perdendo, inclusive, para a música clássica (6,8 %) e o gospel, também estreando na pesquisa com total de 3,5%.

Outro que mostrou sua cara foi o reggae. O ritmo que nasceu na Jamaica e lançou para o mundo o mito Bob Marley, encontrou na capital baiana uma legião que curte tanto o chamado reggae roots como o reggae de praia, cultuado pelos surfistas. E aqui nasceu uma vertente chamada samba reggae. Foi indicado por 2,5 % dos entrevistados. (Informações do Correio). 

Do Portal Interior da Bahia

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