sábado, 10 de setembro de 2011

Com previsão de ficar 30 dias no HGE, Holyfield agradece por solidariedade


Maior rival de Reginaldo Holyfield, o ex-pugilista pernambucano Luciano Todo Duro baixou a guarda ao saber que o arquirrival sofreu queimaduras de 1º e 2º graus no corpo para salvar os sobrinhos e a mãe de um incêndio.

Todo Duro se solidarizou com a situação, mas não perdeu a oportunidade de provocar o adversário. “Ele está meio doido com as pancadas que dei”, brincou o ex-lutador pernambucano, em entrevista à TV Bahia.

Nesta sexta-feira (09), com os braços e pernas enfaixados, na enfermaria do Hospital Geral do Estado (HGE), Holyfield riu e comentou a pilhéria: “Ainda bem que isso é uma brincadeira, né?”

Rivalidade à parte, Holyfield disse que ficou surpreso ao saber que Todo Duro estava disposto a ajudá-lo. “Depois de tantas brigas, tantos problemas, agora essas palavras de carinho, conforto, são muito importantes para mim”, disse Holyfield.

Ele e Todo Duro se enfrentaram quatro vezes na carreira, com duas vitórias para cada um. O baiano ganhou as duas lutas em Salvador (1997 e 1998) e o pernambucano venceu as duas no Recife (1993 e 2001).

O ex-lutador baiano falou também sobre o incêndio da manhã de quinta-feira, que destruiu a casa da família, na Massaranduba. Ele atravessou as chamas para salvar dois sobrinhos que tinham ficado encurralados pelo fogo.

“Na hora não pensei em nada, a não ser em salvar meus sobrinhos e minha mãe (Maria de Lourdes, 81 anos). Graças a Deus deu tudo certo”, disse Holyfield, sem considerar os ferimentos que teve.

Lutador passará 30 dias internado

Holyfield disse que na ocasião não pensou duas vezes e pegou o colchão em chamas e atirou fora da residência. “Tinha muita fumaça, não dava para enxergar nada. Daria minha vida pelos meus sobrinhos e minha mãe. Se fosse preciso, faria tudo de novo. Esse foi o meu maior desafio”, contou.

Reginaldo Holyfield sofreu pequenas lesões no rosto. O incêndio começou depois que o sobrinho do ex-pugilista, Samuel, de 3 anos, colocou fogo em papéis  no sofá.


A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) não tem previsão de alta para o ex-lutador. Ele passou por cirurgia e deve ficar internado por 30 dias.

Histórico de solidariedade

O incêndio de quinta-feira não foi o primeiro que Holyfield enfrentou. “Certa vez, quando um incêndio atingiu a comunidade dos Alagados, ele pulou no mar para salvar três crianças que estavam presas num barraco. Infelizmente, não conseguiu”, contou a diarista Aída Cristina da Silva Rebouças, 42, vizinha do ex-pugilista.

Há cerca de cinco anos,  a mesma comunidade voltou a agradecer a Holyfield, quando ele peitou  funcionários da Conder e policiais militares. “Eles queriam derrubar as casas de palafitas para realizar uma obra, mas ele não deixou. Graças à atitude dele, tem gente morando lá até  hoje”, contou o também vizinho Roberto da Boa Morte Conceição, 35.

Há três anos, o ex-lutador surrou um ladrão, que tinha atacado a sobrinha dele, na Estação da Lapa. “Ele pegou o cara de jeito e depois levou para a delegacia”, lembrou Daniela Andrade Souza, 25 anos, outra sobrinha do ex-lutador. Com informações do Correio. 

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