terça-feira, 2 de agosto de 2011

Jogador da Portuguesa, filho de Feira de Santana, é suspeito de ter atirado jovem do 15º andar em São Paulo


A família de Flávia Anay de Lima, jovem de 16 anos que caiu na madrugada deste domingo (31) do 15º andar do prédio onde morava com o namorado, afirmou nesta terça-feira (2) que descarta a hipótese de suicídio.


A morte aconteceu na madrugada de domingo, em um prédio na Rua Lutécia, Vila Carrão, na Zona Leste de São Paulo. O caso será investigado pela Seccional Leste como morte suspeita. Inicialmente, o registro foi feito como suicídio em uma delegacia da região. “Vamos investigar como morte suspeita para que não pairem dúvidas”, disse a delegada seccional Elisabete Sato.

O advogado criminalista Ademar Gomes, contratado pela família de Flávia Anay, afirmou que os pais da vítima não acreditam em suicídio. “Para a família, foi homicídio. Acompanhando o inquérito, constatei que a Flávia era agredida constantemente pelo jogador. Eles (pais) me relataram isso”, salientou Ademar Gomes.

Os pais da adolescente concederam uma entrevista nesta tarde para falar sobre a morte de Flávia e o relacionamento dela com o jogador da Portuguesa, Rafael Silva, de 20 anos, natural de Feira de Santana (BA). “Ela jamais faria uma coisa dessas”, disse a mãe da jovem, Luara Adriana de Lima, de 38 anos.

Versão de Rafael

Rafael prestou um depoimento de cerca de seis horas na Polícia Civil de São Paulo sobre as circunstâncias da morte. De acordo com o registro policial, ambos teriam iniciado uma discussão em um bar e a briga seguiu no interior do apartamento.

O jogador contou aos policiais que a namorada era bastante ciumenta e que, por várias vezes, teria dito que se suicidaria caso ele a deixasse.

Segundo Rafael Silva, a namorada tentou se atirar pela janela de um dos quartos, mas foi segurada por ele. Em seguida, com parte da roupa rasgada, ela teria corrido até a sacada e de lá caiu de uma altura de cerca de 50 m. O corpo de Flávia foi enterrado na tarde desta segunda-feira em Santo André, na Grande São Paulo. Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que, durante a discussão, praticamente só se ouvia a voz da moça.

Durante o depoimento no 10º Distrito Policial (Penha), Rafael chorou várias vezes e se apresentava em estado de choque. Por conta disso, a oitiva teve ser interrompida várias vezes. Ele também tinha um ferimento na cabeça, que teria sido provocado por uma pequena caixa de som que a namorada teria atirado contra ele.

Portuguesa
O vice-presidente jurídico da Portuguesa, Giuseppe Cláudio Fagotti, que acompanhou o depoimento, afirmou que a morte foi uma fatalidade. “Ambos discutiram e ele chegou a dizer que ia chamar a polícia. Nesse momento, ela tirou o celular da mão dele e o atirou pela janela”, afirmou.

O aparelho foi localizado nesta manhã sobre um telhado vizinho. Após as testemunhas serem ouvidas, o caso será encaminhado para a 5ª Seccional de Polícia (Leste), que ficará encarregada das investigações. A perícia tem 30 dias para concluir a investigação.

Revelado nas categorias de base da Portuguesa, Rafael Silva, que nasceu em Feira de Santana, vinha se recuperando de um problema na retina, que ocorreu durante um treinamento. Ele estava para ser reintegrado ao grupo como opção de ataque para o técnico Jorginho. Informações da Folha e outros.

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