Uma pesquisa internacional
com mais de 6.000 médicos em 30 países, divulgada na quinta-feira (2), revelou
que o medicamento antimalárico hidroxicloroquina é o tratamento mais bem
avaliado para o coronavírus chinês.
Os 30 países
pesquisados incluíam países da Europa, Ásia, América do Norte e América do
Sul, além da Austrália. Nenhum incentivo foi fornecido para participar da
pesquisa, realizada de 25 a 27 de março, de acordo com a empresa de pesquisa em
saúde Sermo.
A empresa de
pesquisa publicou o relatório no
Twitter.
“Para
criar uma base de conhecimento dinâmica e centralizada, publicamos os
resultados de nosso estudo COVID-19, no qual mais de 6.200 médicos em 30 países
participaram”, escreveu a Sermo no Twitter, em 2 de
abril de 2020.
A pesquisa
realizada pela Sermo, com 6.227 médicos em 30 países, constatou que
a hidroxicloroquina foi escolhida como a terapia mais eficaz entre os
tratadores de COVID-19 de uma lista de 15 opções (37% dos tratadores COVID-19).
Dos médicos
pesquisados, 3.308 disseram que solicitaram o teste COVID-19 ou estiveram
envolvidos no tratamento de um paciente com coronavírus, e 2.171 deles
responderam à pergunta de quais medicamentos eram mais eficazes.
A pesquisa
também revelou que os tratamentos mais comumente prescritos são analgésicos
(56%), azitromicina (41%) e hidroxicloroquina (33%).
O uso de
hidroxicloroquina entre os médicos é de 72% na Espanha, 49% na Itália, 41% no
Brasil, 39% no México, 28% na França, 23% nos EUA, 17% na Alemanha, 16% no
Canadá, 13 % no Reino Unido e 7% no Japão.
Segundo a
Sermo, os dois regimes de tratamento mais comuns para a hidroxicloroquina
foram:
(38%) 400 mg
duas vezes ao dia no primeiro dia; 400 mg por dia durante cinco dias, e
(26%) 400 mg duas vezes ao dia no primeiro dia; 200mg duas vezes ao dia por
quatro dias
Fora dos EUA, a
hidroxicloroquina foi usada igualmente para pacientes diagnosticados com
sintomas leves a graves, enquanto nos EUA foi mais usada para pacientes
diagnosticados com alto risco.
Globalmente,
19% dos médicos prescreveram ou viram a hidroxicloroquina profilaticamente
usada em pacientes de alto risco e 8% para pacientes de baixo risco.
Segunda onda de surto
A pesquisa
revela que um segundo surto global é previsto por 83% dos médicos globais, 90%
dos médicos dos EUA, mas apenas 50% dos médicos chineses.
Tempo médio de teste
De acordo com a
pesquisa, em média, os testes nos EUA levam de 4 a 5 dias e, em 10% dos casos, a
espera é superior a 7 dias.
14% dos médicos
dos EUA e mais de 50% em toda a Europa e Japão relatam obter resultados de
testes em 24 horas; na China, 73% dos médicos fazem testes em 24 horas,
enquanto 8% fazem testes em uma hora.
Priorizando o tratamento se houver falta de ventilação
Segundo a
pesquisa, em todos os países, exceto na China, o principal critério para
decidir quem deveria receber um ventilador primeiro foram os pacientes com
maior chance de recuperação (47%), seguidos pelos mais doentes e com maior
risco de morte (21%), depois os socorristas (15%).
Na China, as
prioridades foram revertidas, pois o maior e mais alto risco de morte recebeu
ventiladores.
Os socorristas
foram mais importantes nos EUA.
França, Japão e
Itália priorizaram a idade.
Brasil e Rússia
priorizaram pacientes de maior risco.
Tempo e Restrições de Pico
Nos EUA, 63%
dos médicos recomendam que as restrições sejam levantadas em 6 ou mais semanas
e 66% acreditam que o pico está a pelo menos 3-4 semanas, de acordo com a
pesquisa.
Eficácia do governo
A grande
maioria dos médicos que participaram da pesquisa acredita que as ações do
governo são muito eficazes.
A maioria dos
médicos acredita que estado e governo estão avaliando adequadamente as
preocupações públicas e econômicas.
As três principais necessidades de equipamentos
Segundo os
médicos, as três principais necessidades globalmente são Equipamentos de
proteção individual (EPI), seguidos por kits rápidos de testes COVID-19 e, em
seguida, ventiladores.
As três principais necessidades de informação
Os médicos
precisam saber quando os testes rápidos estarão disponíveis, quando novos
tratamentos estarão disponíveis e a eficácia dos medicamentos existentes no
tratamento do coronavírus chinês.
Preocupações com o COVID-19
A maioria dos
médicos está muito preocupada em transmiti-lo para os membros da família e
cerca de 50% está preocupada em ser infectado pelo COVID-19 nos próximos dois
meses.
81% dos médicos
tomaram precauções especiais em casa, incluindo trocar de roupa e tomar banho
antes de ingressar na família; alguns até ficam isolados.
Quase um quarto
dos médicos e mais de um terço dos pacientes relatam estresse extremo.