O vice-governador da Bahia, João Leão, o ex-ministro e conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) Mário Negromonte, o deputado federal Roberto Britto, e o ex-deputado federal Luiz Argôlo estão na lista divulgada nesta sexta-feira (6) de investigados da Operação Lava Jato. Todos integram os quadros do Partido Progressista (PP) na Bahia.
João Leão foi citado em delações premiadas durante a investigação da Polícia Federal, que apura esquema de corrupção na Petrobras. Na época, Leão era deputado federal. Na mesma petição, estão os nomes de Argôlo, hoje no Solidariedade, e de Negromonte, que também era deputado federal pelo PP.
Leão diz estar “cagando e andando”
Vice-governador da Bahia e presidente estadual do PP, Leão afirmou, por meio de nota, que está “cagando e andando, em bom português, na cabeça desses cornos todos”, após ser citado na lista encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como um dos beneficiários do esquema investigado pela Operação Lava Jato.
O nome de Leão e de toda a cúpula do PP na Bahia apareceu entre os políticos alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja denúncia foi aceita pelo relator do processo, ministro Teori Zavascki, nesta sexta-feira (6). Em nota encaminhada à Folha de S. Paulo, João Leão se apresenta ainda como “um cara sério”.
“Bato no peito e não tenho culpa. Segunda-feira vou para Brasília saber porque estou envolvido”, afirma o progressista. O vice-governador trata ainda com “surpresa” o nome incluído na lista de Janot. “Nem conhecia o povo. Acredito que pode ter sido por ter recebido recursos em 2010 das empresas que estão envolvidas na operação. Mas, botar meu nome numa zorra dessas? Não entendo. [...] Recebi recursos da OAB [2010], mas quem recebeu recursos legais, na conta legal, tem culpa?”, questiona Leão.
Negromonte
Apontado desde o inicio das investigações como provável beneficiado, o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM), Mário Negromonte, voltou a negar envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato. Segundo nota oficial, encaminhada na noite desta sexta-feira (6) ao site Bahia Notícias, o ex-deputado federal pelo PP reiterou que possui “a mais absoluta convicção de que as investigações apenas confirmarão a completa insubsistência dos indícios”.
Negromonte, que dirigia o PP na Bahia à época em que as relações com o doleiro Alberto Youssef são alvo de investigação, trata ainda como “ilações despidas de qualquer suporte em fatos” o oferecimento da denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Na posição de quem confia nessas mesmas instituições, tenho por certo que nada devo temer, já que jamais solicitei ou recebi vantagens indevidas em qualquer cargo público que tenha ocupado e jamais contribuí para qualquer prática ilícita, o que decerto restará confirmado ao final das apurações”, completa a nota do ex-ministro das Cidades no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff.
Roberto Brito e Luiz Argolo
Além dos dois caciques do Partido Progressista na Bahia, também foram incluídos na lista o deputado federal Roberto Britto e o ex-deputado Luiz Argolo, que perdeu a reeleição e hoje está no Solidariedade.
De acordo com a lista encaminhada por Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Roberto Britto é um dos investigados de participar de esquemas de desvios e superfaturamento de contratos da Petrobras. O parlamentar tem base na cidade de Jequié, no sudoeste da Bahia.
Do Portal Interior da Bahia